terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Viva

Creio que nem sei mais como escrever aqui. Não digo como manusear o instrumento, mas como fazer dele um produto bom. Mais de um ano se passou e eu nem toquei nas teclas do meu diário aberto. Não foi desdem, foi apenas um momento de pura felicidade, que ainda está sendo vivido, mas que foi tão intenso que me senti completa e não sentia necessidade de escrever.
Ainda é felicidade, ainda é intenso, mas já não é mais algo como sonho, é a mais pura realidade. Ainda bem. Vivo todos os dias algo que nem mesmo em meus sonhos pude imaginar e que é algo concreto que não me deixa, nunca, com dúvidas.

Este post não dedico a ninguém, nem mesmo ao cara certo na hora certa, pois ele merece muito mais e o terá.

domingo, 25 de setembro de 2011

Não me lembro mais

Não me recordo mais do tempo em que a vida tinha cores
O canto que antes era tão familiar está perdido
Meu coração não conhece sentimentos, não os reconhece mais
Tiraram-me meu amor, minha sensibilidade
Sou como aquele que perdeu os movimentos
Não consigo me mover, não consigo desejar, não consigo lembrar
O buraco em meu peito é visível, porém não me importo mais
Ele já vive aqui há tanto tempo que não me incomodo com a dor
Não irei pedir para que me devolvam a vontade de viver
Mesmo sem ela continuo aqui
Não consigo me mexer
Não irei me movimentar
Se é assim que deve ser.
Amém.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dois

A carência inevitável se faz presente
Dois corpos quentes bailam a valsa da solidão
Alguém no final sairá ferido
O fogo ilumina muito por muito pouco tempo
Duas mentes frias dançam sem saber o próximo passo
O preço pago é muito alto
Uma dívida não quitada
Uma dúvida nunca esclarecida
Gostamos de brincar com fogo
Fogo que vem tão rápido quanto vai
Bravo! Estamos juntos e sozinhos novamente



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Im par

Foi um dia estranho do começo ao fim. Não lhe pertencia, assim como não pertenceu a muita gente, mas com ela era diferente. Não era pura carência despertada por novelas melosas, músicas belas e filmes sobre um sentimento utópico, era o peso da decisão. Há muito tempo, uma garota decidiu que não queria. Ninguém entendia, ela não sabia a razão. Somente não queria. E decidir algo assim não é fácil, pois tudo que se vive traz a dúvida. Naquele dia ela teve a certeza, não de que estivesse certa em sua escolha, mas que escolhas quando feitas têm suas consequências. Não querer significou não ter e não ter significou precisar lidar com isso. Mas como não gostava de conformismo teve que pensar. Não poderia apenas aceitar tudo aquilo, teria que entender. Entender que existimos porque temos que existir e que não precisamos de uma metade. Nascemos únicos e se sozinhos não nos sentimos completos, jamais nos sentiremos. Então a ficha caiu. Ela não era a metade de ninguém que não fosse dela mesma, mas a vida sem amor, não tem graça e, como detestava a monotonia tanto quanto o conformismo, teve que dar o braço a torcer. O amor romântico não é eterno, exatamente por isso que é tão irresistível.

domingo, 8 de maio de 2011

Ofidiário, o grande drama

Homens e suas ideias fantasiadas de realidades inevitáveis
Imaginação usada para o comum e sem graça
Podridão almejada por mentes fracas
Olhos fechados ao encarar o espelho
Choro que acorda a piedade da plateia
Riso que esconde a vontade de ter o que não lhe pertence
Imobilizaram-me por uma fração de segundos
Segundos que não farão faltam, já que serviram de alerta
Ironia forçada se transforma em mediocridade
A mentira só faz sentindo quando existe alguém enganado


Bravo! Se não fosse tão ridícula a tentativa de ser especial, seria uma bela história dramática.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Estar só

Estava tão irritada que não conseguia mais caminhar. Não quis saber se alguém repararia em mim, deixei que minhas pernas fizessem o que bem entendessem. Assim que sentei, coloquei a cabeça entre as pernas, tampei o rosto com as mãos e comecei a chorar. Lágrimas com um gosto que há muito eu não sentia, gosto do medo. Mesmo sem ver, eu tinha consciência dos olhares em minha direção, eles eram pintados de receio e pena. Pouco me importava o que sentiam por mim, a única pessoa que me machucava com um sentimento era eu mesma. O sabor amargo da insegurança era forte, e ódio que ele despertava, insuportável. Tao incomodo que me deu impulso, levantei e corri, fugindo para algum lugar seguro, longe de mim. Em minha fuga sem sentido, achei abrigo nos braços daquela de quem os homens tem tanto medo. E com inesperada e doce voz me falou: só é corajoso aquele que conhece o medo.



domingo, 20 de março de 2011

Por mim

Por imaturidade, permiti que despedaçassem meu coração.
Por necessidade, recolhi cada pequeno pedaço e comecei a reconstruí-lo.
Por loucura, deixei que entrassem em meu peito vazio.
Por natureza, me importei.
Por burrice, não impedi que acabassem com o pouco que consegui arrumar.
Por ser humana, chorei.
Por ser quem sou, aprendi.
Por amor, segui em frente.
Sigo.